Sir David Chipperfield – Pritzker Price
“Desenhar trata-se de desenvolver uma série de questões e ideias que têm um certo rigor e consequência para elas. Não importa o caminho que segue, contanto que siga bem o caminho e tenha sido importante no processo”. Sir David Chipperfield
Sir David Chipperfield, arquiteto, nasceu em 1953 em Inglaterra. Fundou o seu gabinete em 1985 e tem escritórios em Londres, Berlim, Milão e Xangai.
Este ano venceu o prémio Pritzker, considerado o prémio Nobel da arquitetura. Já houve dois portugueses a ganhar este prémio, Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto Moura.
Podemos ler no site do prémio Pritzker, “O prémio Pritzker de Arquitetura não discrimina com base em raça, cor, religião, nacionalidade, sexo, deficiência ou idade nos seus programas e atividades. O prémio é concedido independentemente de nacionalidade, raça, credo ou ideologia a um arquiteto ou arquitetos vivos, mas não a um escritório de arquitetura. Não está ligada a um tipo de arquitetura ou a um edifício específico, mas sim a um conjunto de obras construídas. As indicações são aceites internacionalmente por pessoas de diversas áreas que tenham conhecimento e interesse no avanço da grande arquitetura.”
Alguns projetos de Chipperfield são o “River and Rowing Museum”, Reino Unido, 1989–1997, a reconstrução e reinvenção do “Neues Museum”, Berlim, 1993–2009 e da “James-Simon-Galerie”, Berlim, 1999–2018.
Ele acredita que desenhar não é inventar cores e formas. “Trata-se de desenvolver uma série de questões e ideias que têm um certo rigor e consequência para elas. Não importa o caminho que segue, contanto que siga bem o caminho e tenha sido importante no processo”.
Para Chipperfield a colaboração sempre foi fundamental para a sua profissão, sustentando com certeza que, “a realidade é que bons edifícios vêm de um bom processo e um bom processo significa que você está-se a envolver e a colaborar com diferentes forças”.
Durante quatro décadas produziu mais de cem obras, vastas em tipologia e geografia, desde edifícios cívicos, culturais e académicos a residências e planeamento urbano em toda a Ásia, Europa e América do Norte.
À medida que o seu trabalho se tornava mais prolífico, também aumentava a defesa do bem-estar social e ambiental, muitas vezes censurando a mercantilização da arquitetura que serve ao poder global em vez da sociedade local e a falta de permanência inter-relacionada que contribui para a crise climática. “Arquitetos não podem operar fora da sociedade. Precisamos que a sociedade venha connosco. E sim, talvez possamos provocar e reclamar, e podemos encontrar modelos. Mas precisamos de uma estrutura de planeamento, precisamos de ambições, precisamos de prioridades. No fundo, o que temos a esperar agora é que a crise ambiental nos faça reconsiderar as prioridades da sociedade, que o lucro não seja a única coisa a motivar as nossas decisões”.